quinta-feira, 20 de novembro de 2008

La Plata, de J. Quest

Produzido pelos próprios integrantes, disco mostra a nova identidade da banda


Há doze anos o J. Quest lançava seu primeiro CD, de título homônimo, que revelaria ao público sucessos como As Dores do Mundo e Encontrar Alguém. Era apenas o começo da trajetória da banda mineira, que se acostumaria a ver suas músicas se tornarem hits. Após três anos do lançamento do último disco, Até Onde Vai, o grupo formado por Rogério Flausino (vocal), Marco Túlio (guitarra), PJ (baixo), Paulinho Fonseca (bateria) e Márcio Buzelin (teclado) acaba de apresentar seu último grande projeto: o CD La Plata .

Hoje a banda é referência no cenário pop-rock nacional e parece muito à vontade com o novo trabalho. E não é por acaso. O disco foi gravado em Belo Horizonte, terra natal do grupo, no estúdio "Minério de Ferro"(propriedade dos integrantes). Ao lado de Liminha, o Jota Quest assina a produção do álbum e todas as suas composições, mostrando uma nova fase de amadurecimento e autonomia.

Entre as participações especiais, nomes como Ashley Slater, um dos criadores da banda inglesa Freak Power, e Nelson Motta, que assina os versos da canção Ladeira.

O álbum traz ainda a dupla paulistana Click Box, responsável pelas programações eletrônicas das canções. Bom de papo, o baterista Paulinho Fonseca, contou para o Guia da Semana como essa mistura de gêneros e estilos alcançou uma unidade, além do sentimento geral da banda sobre um bom momento, quando tudo parece estar dando certo.


Guia da Semana: Como tem sido a turnê do novo trabalho?
Paulinho: O sentimento que prevalece é o de que está dando certo. Esse trabalho foi lançado no dia 31 de outubro e demorou muito para ficar pronto. Foi um tempo precioso para que pudéssemos produzir com toda a calma, acertando cada detalhe. Sempre que um álbum é lançado fica aquela dúvida de algo que poderia ser mudado. Esse ficou pronto, de fato. Algumas coisas ainda estão em andamento, como o cenário, e esses tipos de detalhe. Mas estamos satisfeitos e confiantes. Principalmente pela reação do público. Quando estamos no estúdio, tudo é muito frio. O público é que dá o verdadeiro feeling. Temos tocado cinco ou seis músicas novas no show e a receptividade tem sido ótima, principalmente da canção "So Special", que a galera adora.

Guia da Semana: O que inspirou o nome La Plata?
Paulinho: A própria música. E não podia ser outra. Ela é a que mais traduz a identidade da banda neste momento. O Rogério ouviu aquele groove e foi remetido a algo "chicano", um clima meio "portunhol", e já tinha a letra ideal. O Marco Túlio também já tinha a guitarra e portanto, tornar a La Plata como música de trabalho foi um consenso geral. Essa música pretende questionar a relação das pessoas com o dinheiro, essa pergunta que não quer calar, o "quanto vale". Mal sabíamos que o lançamento da música coincidiria com uma crise mundial envolvendo "a plata", se estivéssemos premeditado não teria dado tão certo (risos).

Guia da Semana: O último lançamento da banda foi há três anos, com Até Onde vai. Esse intervalo é calculado?
Paulinho: Um intervalo de um ano e meio, dois anos, é natural. Esse foi um pouco maior por conta do lançamento do DVD Até Onde Vai, que acabou dando uma sobrevida maior a esse trabalho. O ideal é que seja mais rápido. Mas esse tempo foi positivo para nós.

Guia da Semana: É a primeira vez que gravam em estúdio próprio?
Paulinho: Nós temos um estúdio desde o CD Oxigênio. Mas o encarávamos como um estúdio-ensaio. Aproveitávamos no máximo, para fazer alguma gravação ou discotecagem. Na parte final do trabalho, sempre levávamos tudo para outro lugar. Achávamos que não éramos alto-suficientes nesse sentido. Essa locomoção com o trabalho causava dispersão. Dessa vez resolvemos ir até o fim no nosso estúdio.

Matéria de autoria de Marina Bastos, retirada da Revista Guia da Semana

Nenhum comentário:

Postar um comentário