sexta-feira, 17 de abril de 2009

Abril Pro Rock traz a international band Motörhead

17º ano do festival tem uma noite a menos e acontece neste fim de semana. Banda inglesa era considerada um sonho pela produção do festival.


O principal festival de música independente do país vai realizar um sonho na noite desta sexta-feira (17), quando o grupo inglês Motörhead subir ao palco no Recife para encerrar a primeira noite do Abril Pro Rock. Em sua 17º edição, a produção do APR encarou dificuldades e enxugamento, mas finalmente conseguiu fechar com os ícones do hard rock, com quem flertava há anos.

“Espero que seja um show histórico”, disse Paulo André, idealizador e organizador do Abril Pro Rock desde 1993, em entrevista. “Não é uma banda decadente. Não é desses grupos que ficou um tempo sem tocar, que mudou integrantes, nada disso. É uma banda que se manteve no mercado, que produz, que continua tocando e que é um ícone mundial. É a realização de um sonho.”

Além dos ingleses, grande aposta desta edição, o APR tem ainda Matanza, do Rio, e AMP, do Recife, entre os grupos escalados para esta sexta. No sábado, o encerramento fica por conta de Marcelo Camelo, do Los Hermanos, que tem público cativo e fiel no Recife, além de Mundo Livre S/A, Vanguart (MT) e Móveis Coloniais de Acaju (DF). Vão ser 15 bandas em duas noites, a edição paradoxal que, para ter sua maior atração em 17 anos, teve que enxugar sua programação que costumava ter três noites e já chegou a ver mais de 30 bandas por edição.

O sistema de festivais, diz Paulo André, um tanto desanimado, está em crise em todo o mundo, e o Recife vive uma época difícil, sem que a famosa cena pernambucana tenha um bom momento de casas de shows, de rádios e de divulgação de música. Além disso, mesmo sendo o festival de música pop e independente que acontece há mais tempo consecutivamente (são 17 anos), este ano o APR não tem um grande patrocinador, que costumava ser a Petrobras. “Por tudo isso, achamos melhor enxugar o festival para dois dias. Três dias de festival de bandas alternativas é muito para uma cidade como Recife, ainda mais sendo dois meses depois do carnaval.”


Apesar de Motörhead e Marcelo Camelo, listadas especialmente para atrair um público maior, talvez a principal função do Abril Pro rock seja o espaço dado às outras bandas, menos conhecidas, que muitas vezes ganham espaço nacional após tocar nesta “vitrine” do rock nacional. Para Paulo André, o APR consegue manter esta característica mesmo 17 anos depois da sua criação e em plena época da comunicação em rede, quando se torna mais fácil gravar e divulgar novos trabalhos.


“O circuito de festivais independentes no Brasil é a principal plataforma de inserção de um novo artista no mercado, que hoje não é mais fonográfico, mas um mercado próprio de festivais, que faz com que as bandas possam tocar, aparecer”, diz. É a participação nesses festivais, segundo ele, que catapulta uma banda com muito mais força de que qualquer página do MySpace. “Essas ferramentas, no Brasil, ainda não são suficientes em si. Elas não conseguem trazer mudanças significativas sozinhas. É importante, toda banda deve ter seu perfil, mas só colocar a música lá funciona apenas se houver um ‘hype’ em torno. Se as pessoas não tiverem como conhecer a banda, é só uma loteria.”


A aposta dele para este ano é em duas bandas de Pernambuco: AMP e Johnny Hooker. “Estamos tentando catapultar bandas novas, legais, com música boa gravada, mas que, se depender só dela no MySpace, não teria espaço.”

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